Quando o “não sou boa o suficiente” vira parte de quem você é.
- Ana Gabriela Barboza
 - 8 de mai.
 - 2 min de leitura
 

Tem gente que assiste assiste Friends só pra rir, mas a série também serve como espelho — e se por vezes nos reconhecemos nos personagens.
A Monica Geller, por exemplo, é aquela personagem que muita gente vê como engraçada, mandona, exagerada. Mas quem conhece a dor de se sentir insuficiente o tempo todo, enxerga outra coisa.
Enxerga uma menina que cresceu ouvindo que precisava se controlar, se adequar, se diminuir. Uma menina que aprendeu que o amor vinha com um asterisco: “se você fizer tudo certo.”
A ferida que começa em casa
Na casa da Monica, amor vinha com crítica. A mãe dela não elogiava — supervisionava. O irmão era o orgulho da família. Ela? O projeto em construção.
E o que isso ensina pra uma criança? Que tem algo de errado com ela. Mesmo quando ninguém diz com todas as letras.
É assim que nasce o esquema de defectividade: uma ferida silenciosa que sussurra dentro da gente, todos os dias:
“Você não é boa o bastante. Nunca vai ser.”
Você pode ter crescido… mas a sensação ficou
Talvez, assim como a Monica, você tenha tentado compensar isso:
sendo impecável no trabalho,
tentando controlar tudo,
se doando demais nos relacionamentos.
Ou talvez tenha se acostumado a aceitar migalhas. A não esperar grandes gestos. A acreditar que é o que tem pra hoje porque, no fundo…acha que tem algo em você que precisa ser consertado, certo?
Errado.
Essa lógica é uma armadilha. É como correr numa esteira achando que vai chegar em algum lugar. Quanto mais você se esforça pra provar que merece amor, mais distante ele parece.
O amor que não exige performance
A virada da Monica veio quando ela parou de tentar ser perfeita e começou a ser vista.
Com o Chandler, ela encontrou um espaço onde não precisava provar nada. Ela podia ser intensa, sensível, engraçada, mandona, humana. E ainda assim… amada.
Não porque ela “melhorou”. Mas porque, pela primeira vez, ela foi inteira.
E você?
Talvez você ainda esteja tentando provar que merece. Tentando caber em lugares onde precisa se espremer. Ou se podando tanto que nem sabe mais o que gosta, o que sente, o que precisa.
Mas deixa eu te contar uma coisa com todo o carinho (e um pouquinho de confronto também): Você não precisa se consertar pra ser amada.
Você precisa se lembrar de quem é, por trás da performance. Porque amor de verdade não se constrói sobre uma versão editada de você.
Se você se viu na Monica, esse não é o seu ponto final, é só o começo de um reencontro com quem você sempre foi —antes da crítica, antes da comparação, antes da culpa.
E talvez esse reencontro te leve a um tipo de amor que começa dentro e transborda pra fora e podemos construir isso juntas na terapia. 🤍


